O setor de consumo brasileiro iniciou 2025 com desempenhos que ultrapassaram projeções e trouxeram novo fôlego à economia.
O primeiro trimestre de 2025 trouxe dados que encantaram economistas e empresários. As famílias brasileiras gastaram mais em bens e serviços, fortalecendo diversos elos da cadeia produtiva.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) registrou alta de 5,2 pontos de janeiro a março, refletindo otimismo renovado. O agronegócio em plena safra e a retomada de serviços colaboraram para esse cenário positivo.
Os dados oficiais revelam um quadro robusto: o consumo nos lares teve crescimento acumulado de 2,48% no primeiro trimestre de 2025 em relação a 2024. Em março, houve alta de 6,96% em comparação com fevereiro, e o comércio varejista ampliado cresceu 0,9% no trimestre, segundo o IBGE. Esse foi o sétimo trimestre consecutivo de expansão, sinalizando um ritmo estável de recuperação.
Em relação aos anos anteriores, após altas de 3,89% em 2022, 3,09% em 2023 e 3,72% em 2024, a Abras projeta que o consumo das famílias avance 2,7% em 2025.
Analistas destacam forte recuperação do mercado de trabalho como pilar essencial desse desempenho. A geração constante de vagas formais elevou a confiança do consumidor e fortaleceu o orçamento doméstico.
A melhoria na renda e a redução da inflação em itens essenciais — especialmente alimentos básicos e carne bovina — tornaram as despesas cotidianas mais acessíveis às famílias.
Políticas públicas de transferência de renda também injetaram liquidez, permitindo que milhões de domicílios mantivessem o ritmo de compras mesmo diante de custos elevados em outras áreas.
Alguns segmentos se diferenciaram pelo crescimento acima da média:
*Estimativa baseada nos dados da cesta Abrasmercado.
O setor de vestuário colheu resultados impulsionados por eventos sociais e fortes promoções sazonais. No segmento farmacêutico, a expansão de genéricos e produtos de saúde e bem-estar elevou as vendas.
A cesta Abrasmercado, com 35 produtos de consumo, alcançou R$ 803,37 em janeiro de 2025, alta de 1,10% em relação ao mês anterior. A cesta de 12 alimentos básicos subiu para R$ 347,70, um aumento de 0,71%.
Mesmo com inflação controlada em itens essenciais, persiste o alerta para a valorização do dólar e de combustíveis, que pressionam custos de transporte e insumos. A taxa Selic elevada atrai investidores, mas torna o crédito mais caro para famílias e empresas.
A projeção de inflação para 2025 está em torno de 3,5%, abaixo do centro da meta do Banco Central, reforçando o cenário de preços sob controle.
O Brasil se consolida como destino de capital estrangeiro, beneficiado pelas altas taxas reais de juros. Esse fluxo mantém o câmbio estável e reduz incertezas para o comércio exterior.
As expectativas para o PIB de 2025 apontam crescimento de 2,3%, acima do consenso prévio, alimentando um ciclo virtuoso de investimentos e consumo.
Ainda que o momento seja favorável, especialistas ressaltam potenciais obstáculos:
Esses fatores exigem monitoramento constante para evitar desaquecimento súbito.
Empresas do setor investem em tecnologia de ponta e experiência omnichannel para atender às novas demandas dos consumidores.
Treinamentos em habilidades digitais e atendimento humanizado têm sido prioridade, criando um diferencial qualitativo no ponto de venda físico e online.
O setor de consumo em 2025 surpreendeu com resultados que superaram as expectativas, apoiado por fatores conjunturais e estruturais. A combinação de emprego em alta, inflação sob controle e políticas de renda criou um ambiente propício.
Para o segundo trimestre, analistas mantêm projeções positivas, especialmente se se preservarem as condições de emprego e inflação. A corrida por inovação e sustentabilidade promete ser um diferencial competitivo nos próximos meses.
Em síntese, os números do primeiro trimestre refletem a consolidação de uma trajetória de resiliência e modernização do varejo brasileiro. Cabe a todos os agentes econômicos trabalhar juntos para manter esse ritmo e continuar superando expectativas.
Referências