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Investidores buscam ativos conservadores em cenário volátil

Investidores buscam ativos conservadores em cenário volátil

11/08/2025 - 13:47
Maryella Faratro
Investidores buscam ativos conservadores em cenário volátil

Em um contexto econômico marcado por incertezas e oscilações constantes, os investidores brasileiros têm direcionado sua atenção para alternativas que ofereçam maior segurança sem abrir mão da rentabilidade real. Entre as opções mais procuradas, destacam-se os títulos de renda fixa e outras aplicações de perfil moderado, capazes de garantir liquidez e proteção do capital.

Este artigo explora o comportamento desse público, analisa as projeções para 2025 e apresenta estratégias práticas para quem busca tranquilidade e performance ajustada ao cenário atual.

O perfil do investidor conservador

O investidor conservador prioriza estabilidade, segurança e liquidez, evitando oscilações abruptas e valorizando o acesso rápido aos recursos. Em geral, esse perfil dá preferência à preservação de capital e à previsibilidade dos rendimentos, mesmo que isso signifique abrir mão de ganhos potencialmente maiores oferecidos pela renda variável.

Normalmente, essas estratégias são planejadas para o longo prazo e baseadas em mitigação de riscos. No Brasil, mais de 50% das carteiras são classificadas como conservadoras em análises de suitability, abrangendo desde investidores iniciantes até aqueles mais próximos da aposentadoria.

Contexto macroeconômico e projeções para 2025

O cenário para 2025 combina juros elevados e inflação controlada, criando um ambiente favorável aos ativos de renda fixa pós-fixados e indexados. A taxa Selic projetada em 12,63% ao ano e a inflação prevista em 4,40% (IPCA) reforçam a atratividade de títulos atrelados a esses indicadores.

Esse equilíbrio entre remuneração real e proteção contra a desvalorização do poder de compra tem levado investidores a migrar para ativos que ofereçam rendimento consistente e baixo risco.

Produtos conservadores em alta

Em um mercado volátil, certos investimentos se destacam por oferecer garantias adicionais e liquidez adequada ao perfil mais cauteloso. Entre os principais, podemos citar:

  • Títulos públicos – especialmente Tesouro Selic, com liquidez diária e respaldo do Tesouro Nacional.
  • CDBs (Certificados de Depósito Bancário) – com cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil.
  • LCIs e LCAs – Letras de crédito imobiliário e agrícola isentas de imposto de renda para pessoas físicas.
  • Fundos DI de baixo risco – compostos majoritariamente por ativos atrelados ao CDI.

Fatores de impulso na demanda

A busca por ativos conservadores é impulsionada por diversos elementos, tanto no âmbito local quanto global. Entre os principais, destacam-se:

  • Volatilidade global e local: tensões geopolíticas, ciclos de aperto monetário em economias desenvolvidas e efeitos prolongados da pandemia.
  • Dinâmica cambial: mesmo com a alta do dólar, investidores optam por diversificar e proteger recursos no exterior, reduzindo riscos domésticos.
  • Percepção de segurança: o fundo de garantia, aliado a prazos definidos, oferece conforto para quem não tolera flutuações bruscas.

O sentimento de proteção ficou evidente em 2024, quando a corretora Aveue captou R$ 20 bilhões, projetando R$ 60 bilhões em 2025 devido ao interesse por segurança internacional.

Estratégias práticas para 2025

Para tirar o máximo proveito desse cenário, investidores conservadores podem adotar abordagens simples, mas eficazes:

  • Diversificação de ativos – combinar emissores, prazos e indexadores (CDI, Selic, IPCA) para diluir riscos específicos.
  • Planejamento do tempo de resgate – alinhar liquidez e objetivos, mantendo reserva para emergências sem sacrificar rentabilidade.
  • Acompanhamento constante – monitorar tendências globais e mudanças regulatórias que possam impactar retornos locais.

Não se trata apenas de escolher aplicações seguras, mas de criar um portfólio robusto capaz de resistir a choques e oferecer ganhos reais acima da inflação.

Desafios e perspectivas futuras

Mesmo em um ambiente controlado, alguns desafios permanecem. O principal deles é equilibrar a rentabilidade real positiva com a robustez do portfólio, evitando exposições excessivas sem abrir mão de oportunidades de retorno.

Além disso, avanços tecnológicos e demandas por sustentabilidade têm potencial para impactar o mercado de renda fixa. Instrumentos verdes (green bonds) e inovações financeiras podem surgir como alternativas atrativas, mesmo para os investidores mais cautelosos.

Por fim, cabe destacar que a adoção de práticas de planejamento financeiro e educação continuada é fundamental. Profissionais de investimento recomendam revisar periodicamente a carteira, ajustar estratégias e manter disciplina, independente das oscilações.

Considerações finais

No cenário volátil que se desenha para 2025, a migração para ativos de perfil conservador reflete uma busca por segurança e previsibilidade. Títulos públicos, CDBs, LCIs/LCAs e fundos DI continuam no radar dos investidores que valorizam liquidez e proteção.

Observar as projeções macroeconômicas, diversificar adequadamente e planejar os prazos de resgate são passos essenciais para montar uma carteira resistente. Assim, mesmo em tempos de incerteza, é possível alcançar ganhos consistentes, preservando o capital e garantindo tranquilidade financeira.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro