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Estratégias para investir em ativos internacionais

Estratégias para investir em ativos internacionais

06/06/2025 - 19:08
Felipe Moraes
Estratégias para investir em ativos internacionais

Vivemos em um mundo cada vez mais conectado, onde as fronteiras financeiras se dissolvem e as oportunidades de investimento se expandem além do território nacional. Para quem busca crescimento sólido e proteção do patrimônio, diversificação internacional deixa de ser um luxo e se torna uma necessidade estratégica.

1. Importância e objetivos de investir em ativos internacionais

Ao olhar além do mercado local, o investidor brasileiro encontra vários benefícios claros. Em primeiro lugar, a proteção cambial e ganhos em moedas fortes oferecem um escudo contra a depreciação do real, tornando o portfólio mais resistente às oscilações domésticas.

Além disso, a exposição a economias robustas e estáveis permite participar do desenvolvimento de países desenvolvidos, onde setores como tecnologia, saúde e energia limpa costumam gerar retornos consistentes.

Por fim, a mitigação da volatilidade local suaviza impactos de crises regionais e amplia horizontes em mercados inovadores.

2. Principais instrumentos de acesso para investidores brasileiros

Hoje, diferentes produtos financeiros viabilizam o acesso a ativos no exterior sem complicações excessivas. Conhecer cada um deles é fundamental para escolher o que melhor se adequa ao seu perfil e aos seus objetivos.

  • ETFs Internacionais: fundos negociados em bolsa que replicam índices estrangeiros, como IVVB11 (S&P 500), garantindo ampla diversificação com custos reduzidos.
  • BDRs (Brazilian Depositary Receipts): recibos negociados no Brasil, lastreados em ações de empresas globais famosas (Amazon, Apple, Google), sem necessidade de envio de recursos diretamente ao exterior.
  • Corretoras internacionais: contas em plataformas estrangeiras que permitem comprar ações, ETFs, REITs e bonds diretamente, com acesso mais amplo, mas exigem maior atenção à tributação.
  • Fundos de investimento globais: carteiras administradas por gestores especializados, que alocam recursos em diversos países e setores, facilitando o processo para quem busca gestão profissional.

3. Tipos de ativos internacionais e exemplos para 2025

Ao selecionar ativos globais, é importante entender as características e perspectivas de cada classe. A seguir, alguns exemplos promissores para 2025 e suas projeções de retorno:

Além de ações individuais, outras categorias merecem atenção:

  • Ações pagadoras de dividendos internacionais: para quem busca fluxo de caixa constante, mesmo em cenários adversos.
  • ETFs globais setoriais: exposição a segmentos específicos, como tecnologia, saúde e energia limpa.
  • REITs e FIIs internacionais: participação em imóveis comerciais e residenciais de alto padrão, diversificando o portfólio imobiliário.

4. Riscos a serem considerados

Apesar das vantagens, investir fora do Brasil traz riscos específicos que precisam ser mapeados e gerenciados:

Risco Cambial: oscilações cambiais podem amplificar ganhos ou reduzir retornos, exigindo estratégias de hedge para proteção adicional.

Risco Político e Regulatório: mudanças de governo ou legislação no país de destino podem afetar impostos, dividendos e regras de remessa.

Risco de Mercado Externo: crises globais, variações de juros e inflação podem prejudicar todos os segmentos de ativos.

Risco de Liquidez: certos ativos, especialmente títulos de dívida ou papéis de mercados menos líquidos, podem exigir prazos maiores para venda.

Risco de Crédito: para investimentos em bonds corporativos, há a possibilidade de inadimplência, especialmente em emissores menores ou de economias mais voláteis.

5. Estratégias práticas para aplicar em ativos internacionais

Para alcançar melhores resultados, é fundamental aplicar métodos estruturados e alinhados ao perfil do investidor:

  • Alocação progressiva: comece com 10% a 20% do portfólio em ativos no exterior e aumente conforme ganha confiança e conhecimento.
  • Mescla de setores: combine empresas inovadoras (tecnologia, saúde) com setores defensivos (utilities, consumo básico) para equilibrar risco e retorno.
  • Veículos diversificados: utilize ETFs para obter exposição ampla, BDRs para escolher ações específicas e fundos globais para gestão profissional.
  • Monitoramento constante: acompanhe indicadores macroeconômicos, ciclos de juros nos EUA e Europa e relatos de empresas para ajustar posições no tempo certo.

6. Mercado em perspectiva e tendências para 2025

As projeções apontam para um aumento da migração parcial de recursos de investidores brasileiros para o exterior. A busca por proteção contra riscos fiscais e inflação local continuará impulsionando a diversificação.

Os setores de tecnologia, consumo global e sustentabilidade devem liderar o crescimento, reforçando a relevância de exposições temáticas e de longo prazo.

Adicionalmente, a consolidação de plataformas digitais e corretoras internacionais facilitará ainda mais o acesso, trazendo mais competição e redução de custos.

7. Considerações operacionais e orientações práticas

Antes de investir, verifique obrigações fiscais e procedimentos necessários:

Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior: investidores devem informar valores junto ao Banco Central.

Imposto sobre Ganho de Capital: lucros obtidos com a venda de ativos no exterior estão sujeitos à alíquota de 15% a 22,5%.

Avalie também taxas de corretagem, spreads cambiais e custos de custódia. Um planejamento fiscal e contábil adequado pode otimizar resultados e evitar surpresas.

Investir em ativos internacionais não é apenas uma tendência, mas uma estratégia inteligente para quem deseja um portfólio mais resiliente e com potencial de crescimento global. Com disciplina, estudo e as ferramentas adequadas, é possível aproveitar as melhores oportunidades que os mercados do mundo têm a oferecer.

Felipe Moraes

Sobre o Autor: Felipe Moraes

Felipe Moraes